Um olhar sobre a influência das Olímpiadas Tokyo 2020 nas novas gerações de esportistas
Por Gustavo Henrid
02 de dezembro de 2021
Em um período onde o digital ganha cada vez mais espaço, a nova geração de jovens dribla a internet e conquista cada vez mais medalhas em competições esportivas, a exemplo disso as olimpíadas de 2020, que ocorreram neste ano (2021) em função da pandemia da covid-19. Outro marco importante nesta última edição, foi a inclusão de novos esportes, como: surfe, skate, karatê, escalada esportiva e beisebol, esportes que por sua maioria são praticados por essa geração.
Créditos: Joey Shigeo
Destaque de Rayssa Leal (13 anos), maranhense, medalhista olímpica de prata na modalidade street skate de Tóquio 2020, se tornou a mais jovem brasileira de todas as Olímpiadas a subir no pódio. Em entrevista recente a um veículo de televisão informou que nas finais, "Estava representando todas as meninas, não só do Brasil, não só a Letícia e a Pâmela, que infelizmente não conseguiram se classificar, mas todas as meninas que estão começando a andar de skate, que estão se espelhando em mim, que estão quebrando esse preconceito", disse medalhista olímpica.
Jovem carioca se destaca no surfe
Créditos: Simone Milach
Natural do estado do Rio de Janeiro, Nathan, desde cedo foi inspirado pela família a surfar, pai e mãe são atletas profissionais e o irmão curte surfar como hobby. Com 13 anos de idade, Nathan Hereda, reúne diversas conquistas e troféus do esporte que pratica desde seus 9 anos de idade. Ao ser questionado sobre o futuro, tem como meta, um objetivo muito claro: Ser um atleta Olímpico e entrar no circuito mundial de surfe.
Créditos: Fabiano Passos
Além do sonho olímpico, Nathan tem como ambição entrar na delegação de Surf do Canadá, para representar o time no ISA Games (Jogos Mundiais de Surfe) e Olimpíadas, o qual já vem se preparando, estudando o inglês com o apoio de sua mãe. Sua frase de motivação é “no pain, no gain” em tradução livre, sem força, sem ganho e diz ter se encontrado no esporte. O atleta já acumula mais de 85 premiações e medalhas conquistadas desde quando iniciou sua carreira.
Créditos: Revista Surfar
O jovem surfista, tem como inspiração profissional, Andy Irons, surfista havaiano tricampeão mundial, que tinha como hábito realizar o campeonato chamado de Irons Brothers Pinetrees Classic, onde buscava proporcionar para a comunidade tudo aquilo que um dia ele recebeu. Irons, mesmo após ter falecido com 32 anos de idade serviu e ainda serve de inspiração para jovens atletas do esporte. E na vida pessoal sua inspiração é o seu tio, também profissional do Surfe.
Créditos: André Ciriaco
Uma curiosidade que o Nathan compartilhou com a gente foi que ele faz parte do projeto Atletas no mar, onde a galera realiza treinos no modelo de uma competição, por baterias, diferente do free surf. Segundo o site manasurf.com.br As baterias ou heats, o termo em inglês, são quando os surfistas entram no mar e competem uns com os outros. Quem tiver a melhor pontuação, segue na competição e avança para a próxima etapa do campeonato, enfrentando outros atletas em novas baterias. Além disso, também colabora no projeto Super Time Carioca, coordenado pelo seu pai, onde a seleção do Rio de Janeiro que participa do campeonato Brasileiro, treina para competições de nível nacional.
Créditos: Simone Milach
Falando de sua rotina diária, o surfista tem como prática acordar cedo, treinar na praia, tomar café e voltar a treinar, em paralelo, tem todo um cuidado com sua alimentação, rica em saladas e proteínas. Conta com sua mãe para os treinos e nas competições recebe o apoio do pai. Como hobby, curte andar de skate e jogar bola.
Diversidade intergeracional nos esportes
As Olimpíadas 2020 certamente serviram de inspiração para todas as gerações, principalmente quando falamos de novos esportes, que renderam diversas medalhas para o Brasil, com o Ítalo Ferreira, o Pedro Barros, Rayssa Leal, o interesse nesses esportes aumenta muito entre os jovens”, que já são adeptos dos esportes. Estamos vivendo um momento de celebração nos jogos, onde encontramos representatividade em todas as esferas da diversidade, seja ela de geração, gênero, condição sexual, raça. Ao mesmo tempo que celebramos as conquistas, também refletimos sobre como tornar perene a mensagem transpassada pelos jogos olímpicos.
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